terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Meu conselho


Viver às escuras mesmo com todos os holofotes em volta é comportamento peculiar ao ser humano contemporâneo. É como se o cérebro fosse programado para viver em conflito consigo mesmo, permeando o intervalo desde a falsa sensação de saciedade social até à total e plena confusão de identidade e aceitação.

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O grande problema disso tudo é que determinados grupos utilizam esta fragilidade para abastecerem seus interesses. Utilizam seus poderes de forma perversa, fingindo defender interesses “socialmente marginalizados”, criando focos de poder simbólico com o objetivo puro de dominação. Criam-se leis, decretos, resoluções, súmulas, portarias, todo tipo de aparato para enquadrar a todos e mantê-los sob a pior forma de controle: o poder invisível.

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Cria-se uma falsa sensação de bem-estar simplesmente para forçar a obtenção de um resultado previamente planejado, cujo plano, invisivelmente projetado, será sem o mínimo conflito perfeitamente executado. Para agravar, esses executores ainda são coagidos subliminarmente a acreditar que aquilo é o estabelecido e que não há outra forma de se chegar aonde se vai.

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Um exemplo claro disto é o consumismo empurrado para frente pela obsolescência programada. Diariamente somos bombardeados por inúmeros comerciais cujas mensagens têm um único propósito: comprem. Alienam-nos e fazem-nos sentir falsas necessidades em relação àquilo que não precisamos, tornando-nos eternos escravos daquilo que foi proposto. Criam uma superestrutura, responsável por garantir o poder sujo dessa classe dominante mantendo-nos completamente alienados. Essas classe dominantes detêm o controle dos meios de produção. TUDO. A infraestrutura (tudo que um lugar precisa para ser o que é, como serviços, estradas, tudo), que está nas mãos da classe dominante, sem dúvidas vai determinar a superestrutura (Estado, Direito, Religião, Cultura etc.).

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Abra os olhos e cuidado com o que o mundo te diz. Somos todos feitos de besta.

domingo, 21 de fevereiro de 2010


Mais uma vez aquilo lá dentro dá sinal de desestabilização. A cabeça gira, pensamentos voam, estômago revira, enfim, é a razão mais uma vez sucumbindo aos delírios vãos daquela efêmera e dolorosa sensação infinita. Logo eu?
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Cadê? Não sei. É isso que amedronta. Como algo consegue passar tanto tempo dormente e não se acostumar? Será a ordem natural? Não sei. Só sei que é isso aí, que chega, mostra tomar espaço, mostra ocupar o espaço e de repente parece o nada, um vácuo sentimental incompreensível que fala pela saudade, pela inseguança, pela ansiosidade, fala por mim, por você, por ele, por quem for, mas de uma forma turva que chega a cegar, a tomar por completo. Como um barco à deriva sou tomado por um imenso descontrole rumo ao inalcançável.
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Não sei aonde vou e nem sei se estou no caminho certo.