quarta-feira, 18 de março de 2009

Vinte e três anos


Sinto minha carne vibrar,
Meu coração pulsar ao correr na Beira Mar,
O ar a entrar nos meus pulmões limpos,
O suor da minha face jovem,
Meus rijos músculos a revelar meus vinte e poucos anos.
.
Essa paixão insana por aventuras de bar,
Anseia meu peito nas noitadas sem limites,
Nos becos e ruelas de Salvador, ou de onde for,
Nas andanças por outras terras.
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A excitação da vida,
A fecundidade dos pobres,
O controle da natalidade,
A grande China a engolir o mundo e a cuspir o fogo dos dragões milenares.
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A paz dos despreocupados,
O medo dos amantes,
O sexo dos marinheiros,
A curiosidade infanto-juvenil,
O desbravar dos alpinistas,
E a paixão das estórias medievais.
.
Um tanto de mim em tudo,
Fecundaria o mundo com a soma dos meus espermatozóides.
.
O desejo a formigar meu ventre,
Eletrizar minhas veias e músculos,
O rijo membro a despontar no mundo,
E a apontar para o saciador das minhas vontades intensas e efêmeras.
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Doando-me,
Dando tudo,
Pedaços de mim em todos que amei,
Um tanto de mim em tudo.
.
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Iuri Guedes (meu grande amigo)

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