sábado, 19 de dezembro de 2009

Eu fico puto com as elites corruptas e podres que tentam paulatinamente destruir as bases que estao sendo construídas no Brasil. Um bando de idiotas que veem o mundo pelo retrovisor e que acham que isso é o bastante para se conhecer a vida. Gente que defende um individualismo, em detrimento coletivo e que acha que o mundo se resume à esfera formada pelo seu umbigo.

Esse pessoal pensa que obter um títtulo de Mestre ou Doutor dá-lhes condições de saber como a vida funciona e como deve funcionar. Gente que defende a pobreza, mas não quer ter contato com os pobres. Gente que no caminho do aeroporto, indo ao Ano Novo de Lisboa, é incapaz de dar um "caixinha" ao flanelinha. Gente que quer ver o ano começar em terras alheias.

Depois vem com papo de que vivemos em um país corrupto. Corruto são nossos pensamentos, nossos comportamentos, nossa inércia frente aos crimes que ocorrem em nosso dia a dia, diante de nosso olhos.

"Enquanto os homens exercem seus podres poderes, indios e padres e bichas, negros e mulheres e adolescentes fazem o carnaval..." Que pena. Lutemos pelo que é nosso. Não deixemos os burgueses denegrirem a imagem do nosso governo que, de fato, não é o ideal, mas, sem dúvidas, é o mais adequado.

Lutemos por um país mais consciente. Cidadania, passe adiante.

Meus apelos!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


"Tô a pé, mas chego aonde vou ..."

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

E se ...


E se o oceano incendiar
E se cair neve no sertão
E se o urubu cocorocar
E se o Botafogo for campeão
E se o meu dinheiro não faltar
E se o delegado for gentil
E se tiver bife no jantar
E se o carnaval cair em abril
E se o telefone funcionar
E se o pantanal virar pirão
E se o Pão-de-Açúcar desmanchar
E se tiver sopa pro peão
E se o oceano incendiar
E se o Arapiraca for campeão
E se à meia-noite o sol raiar
E se o meu país for um jardim
E se eu convidá-la para dançar
E se ela ficar assim, assim
E se eu lhe entregar meu coração
E meu coração for um quindim
E se o meu amor gostar então
De mim
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Chico Buarque

quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Hoje é o dia do meu aniversário. São 25 anos de luta, garra e vontade de crescer. São 25 anos no seio de uma família peculiar, feliz, cheia de vida, união. São 25 anos perto perto de minha avó, tias, pai, madrasta(s), tios, primas, irmãos, primos, amigos, inimigos, afetos, desafetos, colegas, estranhos, afins. Enfim, são 25 de plena expansão pessoal, social, cultura e humana.
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Feliz Aniversário para mim ... são os meus votos ... ;-D

segunda-feira, 24 de agosto de 2009



"Desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece". Será? Fui testemunha desta frase num perfil de Orkut. Muito positiva, libertadora. Acredito piamente que é destes atributos que preciso atualmente. Positivismo, pois tenho tido momentos de descrença em mim mesmo. Aquela sensação de que todos os outros são mais do que eu mesmo posso ser. Não sei se todos pensam não ser mais do que podem ser. Se sim, tornam este sentimento algo contagioso, senão contaminante, alastrando complexo de inferioridade generalizado. Se sim, por um lado fico feliz por achar que estou nada mais que no perfil médio da média; no mais, acho mesmo é que tenho complexo de inferioridade. O que vale mesmo é que cada dia mais a crescente sensação de insegurança me instiga primar por mudanças tanto externas quanto internas. Cada dia que se passa sinto que preciso me libertar daquilo que me prende e que tanto me leva a negar-me a mim mesmo. Desfazer o passado, construindo o presente independentemente do que este possa vir a tornar-se ou de algo que tenha sido antes. Não sei se isto é viável e possível. Este próprio texto esta sendo escrito exatamente em função de um passado não distante que presentemente representa muito para mim, mas ao mesmo tempo nada, pois comigo não possui mais vínculo.
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Sombras permeiam o pensamento; momentos bonitos, expectativas, desilusões, alegrias, tudo junto num mesmo recipiente que, ao contrário do que muitos podem entender, não configurou-se laço, mas sim, mera casualidade, volátil e marcante tal qual álcool em chamas. Uma chama que de tanto queimar gerou cinzas, lembranças cinzas, vagas, tristes, nervosas, paralisantes, para ser mais específico. Quando racionalmente percebo tudo isto, noto-me num presente, vendo a vida acontecer tal qual um trem que passa, hostil ao que está em sua volta, apenas seguindo uma linha sem saber aonde chegar, mas querendo se manter na linha, pois assim como um destino, possui um início. Nesse ciclo retomo o passado e novamente perco a liberdade.
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O que eu peço à vida é que me proteja de minhas próprias vulnerabilidades, que me permita viver não como eu pareço, mas como eu realmente sou.

domingo, 19 de julho de 2009

Muito Obrigado, Axé!

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Qualidade é definitivamente algo que se insere tal qual um acessório. É como trocar um monitor bem grande e amarelado por um de tela plana super fino. A essência, a imagem, permanece, mas é vista com outros olhos. Assim é a musica, assim é quem canta.
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Carlinhos Brown, com a letra, e Bethânia, com sua voz inconfundível, incomensurável, dona do poder de soar, dão a Ivete o toque final que ela precisava para se tornar definitivamente participante do rol das grandes cantoras intérpretes da real música brasileira de qualidade.
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Eu, solenemente, aqui, apresento uma linda música, composta e executada brilhantemente por brilhantes profissionais, reais possuidores do dom do encantamento que só a música pode proporcionar.
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A harmonia e a interpretação são de arrepiar qualquer ouvido. Virei um fã de Ivete Sangalo.
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Muito obrigado, axé. Muito obrigado, Bahia.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cotidiano


Prata, do latim "argentum" é um elemento químico de símbolo Ag e de número atômico igual a 47 (47 prótons e 47 elétrons). À temperatura ambiente, a prata encontra-se no estado sólido. No teste de chama, assume a cor lilás.
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Quarta-feira, 17:45, meu celular no bolso toca. Olho e vejo que minha tia está a me chamar. Atendo e ela pergunta quando estarei em casa. Avisei que por volta das 18:15 já haveria chegado. Assim o fiz. Chegando em casa recebo a notícia de que a impressora não está funcionando. Até aí tudo bem. Mas, e o motivo?
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Bem, voltando à prata. Pelo fato de ela ser muito maleável para ser usada em joalheria na sua forma pura, a prata é frequentemente utilizada para fabricar jóias. Assim sendo, uma argola, certo dia fora fabricada em prata e vendida à minha prima que está aqui em minha casa.
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Todos esses personagens se ligam pelo seguinte motivo: minha TIA conseguiu a proeza de enganchar dentro da IMPRESSORA uma ARGOLA DE PRATA de minha PRIMA. Por sorte, consegui abrir a impressora por trás e retirei os pedaços de papel amassados, juntamente com a argolinha totalmente intacta. Até agora estou me perguntando como aquela argola entrou na impressora a ponto de ficar presa no rolo onde passa o papel a ser impresso.
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O mais engraçado é que todo dia ela faz tudo sempre igual.
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Fatos do cotidiano!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Conversação

- "Vós conversais quando deixais de estar em paz com vossos pensamentos. Equando não podeis mais viver na SOLIDÃO de vosso coração, procurais viver nos vossos lábios, e encontrais então uma diversão e um passatempo nas vibrações emitidas. Em grande parte de vossas conversações, o pensamento é meio assassinado. Pois, o pensamento é uma ave do espaço que, numa gaiola de palavras, pode abrir as asas, mas não pode voar.
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Há entre vós, aqueles que procuram os faladores por medo da SOLIDÃO. A quietude da SOLIDÃO revela-lhes seu "eu-desnudo", e eles preferem escapar-lhe. E há aqueles que falam e, sem o saber ou prever, traem uma verdade que eles próprios não compreendem. E há aqueles que possuem a verdade dentro de si, mas não a expressam em palavras. No íntimo de tais pessoas, o espírito habita num silêncio rítmico.
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Quando encontrardes vosso amigo na rua ou no mercado público, deixai que o espírito que está em vós ponha em movimento vossos lábios e dirija vossa língua. E que a voz escondida na vossa voz fale ao ouvido de seu ouvido; pois sua alma guardará a verdade de vosso coração, como é lembrado o sabor do vinho. Mesmo depois que a sua cor houver sido esquecida e a taça que o continha não mais existir". Paz e Luz.
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Kalil Gibran

terça-feira, 31 de março de 2009

Ser ou Estar: Eis a questão



É corriqueiro o senso comum confundir ser e estar. Verbos totalmente diferentes, porém muito confundíveis. Todos temos manias de sermos tudo o que pudemos, esquecendo que ser é algo que remete a natureza e estar a estado. Isto nos induz a cometer erros fatais, pois esquecemos o caráter efêmero do gênero humano, tendendo a perpetuar nossas qualidades e dar caráter finito aos nossos defeitos.
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É raro alguém dizer que é doente, porém todos dizem que são saudáveis. Um erro de interpretação que em outros níveis nos afastam do real sentimento da vida.
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Eu não sou educado. Estou educado. Isto me torna um ser em construção... e você? É ou está? Decida-se.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Vinte e três anos


Sinto minha carne vibrar,
Meu coração pulsar ao correr na Beira Mar,
O ar a entrar nos meus pulmões limpos,
O suor da minha face jovem,
Meus rijos músculos a revelar meus vinte e poucos anos.
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Essa paixão insana por aventuras de bar,
Anseia meu peito nas noitadas sem limites,
Nos becos e ruelas de Salvador, ou de onde for,
Nas andanças por outras terras.
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A excitação da vida,
A fecundidade dos pobres,
O controle da natalidade,
A grande China a engolir o mundo e a cuspir o fogo dos dragões milenares.
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A paz dos despreocupados,
O medo dos amantes,
O sexo dos marinheiros,
A curiosidade infanto-juvenil,
O desbravar dos alpinistas,
E a paixão das estórias medievais.
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Um tanto de mim em tudo,
Fecundaria o mundo com a soma dos meus espermatozóides.
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O desejo a formigar meu ventre,
Eletrizar minhas veias e músculos,
O rijo membro a despontar no mundo,
E a apontar para o saciador das minhas vontades intensas e efêmeras.
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Doando-me,
Dando tudo,
Pedaços de mim em todos que amei,
Um tanto de mim em tudo.
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Iuri Guedes (meu grande amigo)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dizemos

Dizemos aos confusos, "Conhece-te a ti mesmo", como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais difícil operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, "Querer é poder", como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, "Começar pelo princípio", como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar emanharados, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos, e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.
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José Saramago

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009




"... a orquestra geme as dores

do palhaço triste e marginal ..."
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cântico Negro




"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
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Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
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Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
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Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
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Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
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Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
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José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Parando para analisar um pouquinho a minha vida cotidiana, o que engloba a vida cotidiana dos meus entes próximos também, vejo que precisamos urgentemente nos utilizar de uma boa metodologia de filtragem de “coisas” que acontecem conosco por ordem de prioridade e importância. Certa vez encontrei o “Diagrama de Pareto”. É algo bastante conhecido e que “surge exatamente como ferramenta ideal para identificar quais itens são responsáveis pela maior parcela das perdas onde quase sempre são poucas as ‘vitais’ e muitas as ‘triviais’. Então se os recursos forem concentrados na identificação das perdas “vitais”, e estas puderem ser identificadas, torna-se possível a eliminação de quase todas as perdas, deixando as “triviais” para solução posterior”. Esta é a explicação técnica para este método.
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Mas de repente me veio um insight e tentei enquadrar em meu dia-a-dia. Sabe-se que de acordo com Pareto, a relação entre os eventos se dá na proporção de 80 para 20. Percebi que posso afirmar que 80% de nossos problemas causam-nos um impacto de 20%. Posso interpretar da seguinte forma: a maioria dos problemas é simples e nos causará o mínimo de impacto possível. Vivemos reclamando da demora do ônibus, da comida que não gostamos, do frio do ar condicionado, do calor do sol ao meio dia, do preço daquela garrafa de vinho, dentre outras milhares de coisas que na verdade se as analisarmos de perto descobriremos outros milhares de aspectos positivos, nos deixando claro que a grande maioria dos nossos problemas, na verdade não possuem importância de verdadeiros problemas.
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A demora do ônibus indica que tivemos SAÚDE para irmos até ao ponto, que podemos ENXERGAR a hora, que temos um relógio COMPRADO, que temos capacidade para quantificar o tempo, perceber a noção de momento, e assim por diante. Todo dia encontro um colega de trabalho reclamando do outro. Nunca encontro fazendo elogios ou tentando aprender com os erros.
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É incrível a imaturidade do ser humano quando o assunto é deixar de lado os problemas corriqueiros e entendê-los como soluções. Este também é um erro meu.
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Inacabado ... sou um ser em construção ...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Monólogo de um Confuso



Definitivamente não me reconheço. Penso até que não me conheço. Me vejo em certas coisas meio como uma contradição, pois se não me reconheço ou conheço, não sei se realmente me vejo em algo. O caso é o seguinte: não sinto que possuo o que aparentemente é meu.
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Já te passou aquela sensação de que você não é o que parece estar sendo? Por favor, se você leu o texto anterior, não pense que estou num momento depressivo. Digamos que me encontro imerso num período reflexivo, onde os conceitos podem ser revistos, repensados ou até reconstruídos. Não estou em crise de identidade. Posso não me reconhecer ou pensar que não me conheço, mas sem dúvidas, tenho plena certeza daquilo que sou.
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O que eu quero tratar aqui é do vazio da existência. A vida tem-se tornado vazia no sentido de oferecer suporte. Tudo está na escala de cinzas. O mundo, a sociedade, as pessoas, os carros, as ruas, as paredes, o céu, enfim, tudo está ficando cinza, tudo está virando cinza. Estamos num fogaréu! Queimando feito pedaços de madeiras em tempo de São João. Estamos virando cinza. Restos daquilo que um dia teremos chamado de humanidade.
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Parece-me que tudo funciona ao contrário. Já não consigo mais aceitar que tudo tem uma razão para acontecer. Eu entendo, mas não aceito. Por isso digo que pareço que sou, mas na verdade, não sou. É uma pseudoverdade que assumiu um valor positivo por uma mera questão de sobrevivência. Me comporto de várias formas, e é nesse momento que enxergo o perigo que é a necessidade de auto-afirmação.
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Auto-afirmação é uma ação reflexiva que não serve para nada. É como estar só no meio de uma multidão. Não é suficiente se conhecer, pois se não és conhecido, de nada adiantar conjugar o verbo “ser”. De que vai adiantar? Conjugar o verbo “ser” é sinônimo de Zé Ninguém. Zé Ninguém não passa de um Zé Que Não É Alguém. Há Zés Ninguéns que são Alguéns à força, assim como há Alguéns que são Zés Ninguéns sem muito esforço. Ou seja, que diferença faz ser alguém ou não? Ela reside no prisma com que é vista. Existe uma imensa diferença entre considerar-se e ser considerado. Mas onde quero chegar? Ledo engano pensar que preciso de um objetivo para expressar-me. O pensamento não tem início, não tem meio, não tem fim. O pensamento se auto-afirma por si só, pois é a base da afirmação.
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Veja:
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Reconhecer;
Conhecer;
Ser;
Existência;
Vazio;
Reflexão;
Pensamento.
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Quando Sócrates afirmou que “só sei que nada sei”, ele apenas reconheceu que conhecia os limites do que ele era, ele sabia que era um ser cuja existência se pautava no vazio de compreender o pensamento, de refletir acerca daquilo que vivia.
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Esta foi a causa da sua morte. Morreu porque havia se auto-afirmado. Conhecer-se é o final de linha. É a última parada do ônibus da vida. Conclusão: não leia um texto procurando sentido nele. Apenas busque a razão que o levou a lê-lo. A vida é como um texto. A única diferença dela para este texto, é que não podemos lê-la várias vezes.
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Que final trágico! (risos)

O Melhor Ano




Meu ano de 2009 parece-me não ser meu. Iniciou-se como eu não queria, meus planos de Ano Novo não foram postos em prática. Não pulei três ondinhas, não fiz minha bem sucedida simpatia das moedas, não passei com meus parentes, não vi a queima de fogos, não vi os shows. Foi o Ano Novo do NÃO. Uma negação por excelência.
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Outras probabilidades futuras vêm adiante. Meu mestrado é improvável que se concretize, minha convocação para o concurso passei ainda não veio, minha contratação na empresa que trabalho está meio assim (você sabe o que eu quis dizer! Não diga “assim como?”). Enfim, não sinto que este seja um bom ano. Mas de repente, as coisas podem mudar.
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Este pode ser o ano do meu pai. Uhuuuu! Sim, mas... e eu?
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Sinceridade? Eu não sei. Eu to no famoso bloco do eu sozinho. Me sinto só, me sinto só, me sinto só. Mas e daí? Quem se importa? Antes só do que mal acompanhado. Verdade? Parcialmente. Às vezes, mais vale estar mal acompanhado do que estar só. Vamos, agora, entrar na análise crítica da palavra só.
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Só pode ser indicador de solidão, ou não, e de pouca quantidade. É fator condicionante! Só isso? Simplesmente, só nos diz muito mais do que estamos acostumados a entender. Estar só pode ser um termômetro, um indicador, um referencial para os atos. Atos estes que podem repetir-se ao longo de nossas vidas ou apenas limitá-la ao só indicador de pouca quantidade. Tudo o que fazemos apenas pode servir SÓ para nos mostrar que podíamos ter feito mais, mais e mais. É a mania capitalista: sempre poderíamos ter mais do que temos. Será isto verdade? É só mais que vale?
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Terminei minha análise crítica. Voltando para meu 2009, espero que este seja só mais um ano de minha vida. Só um ano onde eu só tenha motivos para SOrrir, SOnhar, SOmar. Nada de SOfrer, deSOlar, asSOlar. A palavra do ano é SOlidificar. Este é um ano de concretização de SOnhos. Nada de desacreditar ou temer o que de ruim pode acontecer. É fazer a felicidade resSOar gigantemente no mundo.
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Não adianta sofrer com as probabilidades, afinal elas são irmãs gêmeas. Ambas são 50. O que de errado pode dar em nossa vida? Resposta: não tente entender. É tudo SOrte, ou melhor acaSO. Percebeu que essas duas letrinhas combinadas (S+O) que nos remetem a entendimentos negativos encontram-se juntinhas tanto em palavras “boas” como “ruins”? Assim é nossa vida. Não é porque eu acho que meu ano será uma derrota que ele será. Afinal, todo ano quer ser o melhor. Todos nós queremos estar sempre melhores.
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Que este seja o meu próximo melhor ano.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Senhas



Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
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Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
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Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
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Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
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O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
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Eu aguento até os estetas
Eu não julgo competência
Eu não ligo pra etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
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O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Não, não gosto dos bons modos
Não gosto
.
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem
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Adriana Calcanhoto